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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Enem 2012, a redação e as redes sociais


Nesse fim de semana (03 e 04 de novembro) foi realizado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no país. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), foram 5.791.290 inscritos e uma abstenção média de 27,9% (dados preliminares). Considero uma abstenção elevada, mesmo sabendo que muitos alunos se atrasaram por motivos que não estavam em seu controle. Como era esperado, aqui em São Paulo a culpa foi do trânsito.

No Enem 2012, algumas coisas chamaram a atenção: a correção da redação e o uso - para o bem e para o mal - das redes sociais.

A correção da redação
A mudança no método de correção da redação está na forma como é tratada a discrepância entre as notas dos dois avaliadores: se a diferença entre as notas dos avaliadores for maior que 200 pontos, a redação é submetida para um terceiro avaliador e a nota final será a média aritmética das notas mais próximas. Se, após a terceira avaliação, a discrepância ainda for maior que 200 pontos, a nota final será decidida por uma banca. 
A parte interessante da correção é que os alunos terão acesso ao espelho da correção da redação! Isso vai permitir que os alunos saibam onde cometeram erros na redação. Toda prova, do ensino fundamental ao superior, deve permitir que os alunos vejam o que erraram. O aprendizado vem do erro e não do acerto (Na minha humilde opinião, ainda acredito que o modelo de provas hoje precisa mudar. A maioria não avalia se o aluno entendeu e aprendeu o tema, mas se ele "estudou para a prova", que é bem diferente, mas isso é assunto para outro post).

As redes sociais
Já nas redes sociais, gostei de ver que o próprio Ministério da Educação (MEC) divulgou o tema da redação, Movimento imigratório para o Brasil no século XXI, através do twitter:



Mas, infelizmente, alguns candidatos também usaram as redes sociais durante as provas. Foram 37 candidatos desclassificados no primeiro dia de prova que foram flagrados postando fotos das provas nas redes sociais. No domingo, alguns participantes continuaram postando fotos na internet mais 28 participantes foram eliminados. O MEC está monitorando as redes sociais desde o primeiro dia de prova e pode desclassificar mais participantes que forem identificados.


As redes sociais e a internet fazem parte da nossa realidade hoje. Acho que o modelo de ensino tem que se adaptar a essa nova realidade. Eu já fiz provas onde era permitido o uso de "qualquer ferramenta disponível", como internet e calculadora, e isso não prejudicou a verificação do aprendizado por parte dos professores. Não era possível encontrar a resposta na internet. A resposta dependia do entendimento do assunto. É claro que isso daria margem para que alunos troquem respostas online no caso de provas individuais, mas creio que a combinação de prova bem elaborada e professores preparados não deixam brechas para esse comportamento. 

De qualquer maneira, se os alunos não podem usar as ferramentas disponíveis e discutir as melhores soluções para um problema em grupo, como esses testes e provas podem ser considerados um ensaio para a vida?


Para os data geeks
Também encontrei no site do Inep algo bem bacana: os dados do Enem disponíveis para download. Existem dados não só do Enem, mas também do Enade, Provão, Censo Ensino Superior e muitos outros. Para quem também é torturador de dados como eu, é um prato cheio.
Infelizmente, os dados disponíveis mais recentes do Enem são de 2010 e não é tão rápido fazer download de arquivos de mais de 400MB cada um, mas considero um grande passo em direção à transparência e acessibilidade dos dados para todos. Certamente o layout dos arquivos do Enem deve mudar um pouco de um ano para o outro, mas não vejo isso como um grande problema.


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