Muitas empresas quando começam e ainda não são grandes corporações são, de certa forma, inovadoras. Mas é fácil perceber que à medida em que essas empresas crescem, o a inovação vai sendo substituída pela operação.
No Think With Google tem um texto bem interessante da Susan Wojcicki, funcionária número 16 de Google, onde ela fala sobre como uma grande empresa mantém o espírito de inovação durante os anos.
Think With Google |
No texto, Susan Wojcicki explica o que ela chama de Os Oito Pilares da Inovação. Achei bem interessante e por isso resolvi compartilhar dando um ponto de vista mais abrangente e menos ligado à realidade do Google como companhia.
- Tenha uma missão que tenha significado: em seu livro Paixão por Vencer, o Jack Welch já falava sobre a importância da missão e dos valores de uma empresa. A missão deve ser a mais clara possível e ser importante para que a lê. A missão é o que guia toda a empresa.
- Pense grande, mas comece pequeno: não importa se tem um grande plano, precisa começar de algum lugar. No texto, a 16ª funcionária do Google diz que o Google Books foi uma ideia do fundador Larry Page que parecia insana para muitas pessoas. Ele seguiu com a ideia, comprou um scanner e começou a medir o tempo que levava para digitalizar as páginas. Fazendo isso dentro de seu próprio escritório, ele percebeu que seria possível deixar todos os livros do mundo disponíveis online. Hoje o Google Books tem mais de 10 milhões de títulos disponíveis.
- Se esforce pela inovação contínua e não pela perfeição imediata: dificilmente vamos solucionar problemas complexos em uma só tacada. Por isso é mais importante ouvir o que os clientes/consumidores estão dizendo de seu produto/serviço, aprender, fazer os ajustes e melhorias, testar novamente e voltar a colher feedback. Inovação é um ciclo infinito.
- Procure ideias em todos os lugares: Como já foi dito antes, ideias estão em todos os lugares e não só dentro da nossa cabeça. No artigo, Susan Wojcicki cita a importância das conversas da hora do cafezinho na inovação. Ela dá o exemplo de um problema no sistema de anúncios do Google que foi colocado no "quadro de ideias" por um engenheiro em uma sexta-feira e, após a colaboração de muitos que leram o quadro, o problema foi resolvido na terça-feira seguinte.
- Compartilhe tudo: totalmente ligado com o pilar anterior. Quando compartilhamos nossas ideias, aprendemos mais sobre elas e coletamos novas informações que foram compartilhadas conosco. Juntamos nossas ideias com as ideias dos outros para formar as boas ideias.
- Instigue com imaginação, abasteça com dados: Albert Einstein disse: "Imaginação é mais importante que o conhecimento". Sem imaginação, não há como inovar. E como saber se estamos seguindo pelo caminho certo? É aí que entram os dados. É analisando os dados coletados ao longo do caminho que vamos confirmar que nossa intuição está correta ou mesmo que ela está totalmente equivocada para o momento atual. Inovação contínua.
- Seja uma plataforma: quando se é uma plataforma aberta, é possível inovar com a colaboração de pessoas com diferentes experiências e objetivos que estão em qualquer lugar do mundo. Um excelente exemplo é o Linux e suas várias distribuições. Apesar de bem específico para o ambiente de tecnologia, esse pilar destaca, em um sentido mais amplo, a importância de compartilhar as ideias e contar com a colaboração de pessoas com histórias e anseios diferentes dos nossos. Mesclar ideias é o que gera inovação.
- Nunca deixe de falhar: falhar é normal e muito bom, desde que se aprenda com os erros e faça os ajustes o mais rápido possível. Inovação contínua, lembram? Só erra quem corre riscos e quem não corre riscos não inova. No texto da funcionária do Google, ela fala do erro com o extinto Google Videos e como a empresa agora é conhecida pelo YouTube. Como ela diz, "as pessoas lembram mais dos grandes acertos do que dos erros".
O mais impressionante é como a ideia geral dos pilares da inovação da Susan Wojcicki são semelhantes às ideias e pesquisas sobre inovação de Steven Johnson do post anterior sobre como nascem as boas ideias.
Compartilhar, ser uma plataforma, refinar uma idéia com a colaboração dos outros, esse é o segredo e ao mesmo tempo o maior desafio. Mas vale a pena, pois como dizem por aí: "Aproveite as idéias que as pessoas te apresentam, pois até mesmo um relógio parado está certo duas vezes por dia." rs
ResponderExcluir"Até mesmo um relógio parado está certo 2 vezes por dia". Concordo plenamente, Lello!
ExcluirRaramente o item 3 é realizado e a maioria dos projetos emperra aí.
ResponderExcluirMuitas vezes queremos fazer tudo o que acreditamos que o usuário/cliente irá querer e deixamos de fazer o fundamental com qualidade, desperdiçando tempo e recursos.
Pois é, zanardi. Essa é a síndrome do "projeto infinito" que conhecemos bem...
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